quarta-feira, 1 de julho de 2009

Névoa

Preso à cadeira, o corpo já não lutava. Tinha perdido toda a vontade, toda a esperança, o seu mundo tinha ficado de pernas para o ar. O seu cativeiro durava à pelo menos doze horas, durante as quais Ele se alimentava, Ele se aliviava. A pobre garota já não sabia o que fazer, o que dizer. Era este monstro o seu namorado?
Ela lembrava-se do início da relação... da corte tímida dele e dos seus gestos envergonhados. No final tinha sido Ela a convidá-lo a sair. Tempos áureos... Tinham sido felizes, tinham sido um casal, mais que isso talvez, tinham sido Um.
Mas agora Ele revelava o seu lado sombrio. Um lado mais escondido que a poucos se revelava, e pelos vistos os que o viam não ficavam para contar a história dele...
E as forças delas esgotavam-se. O sangue escorria-lhe pela cara proveniente dos dois longos cortes que Ele lhe tinha infligido na testa e por baixo do olho. O cansaço apossava-se-lhe da mente como uma névoa morna... A dor deixava de existir. Agora só cansaço. Cansaço e paz. A morte estava próxima. O seu derradeiro suspiro.

e o Silêncio.

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